AS 5 PRINCIPAIS DIFERENÇAS NAS FORMAS DE SE ALIMENTAR DE CRIANÇAS E ADULTOS 1

Assim como as crianças aprendem a ler e a escrever, elas aprendem a se alimentar. Aos poucos vão conhecendo as letras, se familiarizando, juntando em palavras, entendendo os sons, e o mesmo acontece com os alimentos. O problema é que nem sempre olhamos para as crianças comendo e pensamos nisso. Muitas vezes, os próprios pais esquecem que seus filhos são crianças, e com isso acabam se esquecendo que as crianças comem diferente dos adultos.

A forma de se alimentar das crianças e dos adultos é diferente! Assim como a forma de se comunicar.  Abaixo, as 5 principais diferenças que os pais deveriam manter em mente ao alimentar seus filhos.

1. CRIANÇAS ESTÃO CRESCENDO, OS ADULTOS NÃO.

O apetite nas crianças é influenciado pela velocidade com que estão crescendo. Os períodos de maior crescimento são nos dois primeiros anos de vida e na puberdade. Em geral, as crianças crescem em picos, o que significa que às vezes podem querer repetir o prato e às vezes ficam satisfeitos com apenas metade dele.

Esse comportamento é bem diferente dos adultos, que tem o apetite mais estável, a não ser que algo mude – como exercícios físicos, doenças ou falta de sono.

Lembre-se: Por mais que você queira que seu filho coma mais ou menos, é melhor deixar essa decisão para as próprias crianças (mais informações sobre como dividir as responsabilidades da alimentação com os filhos aqui).

2. CRIANÇAS TIVERAM POUCAS EXPERIÊNCIAS ALIMENTARES, OS ADULTOS TIVERAM VÁRIAS.

Imagine que você foi a uma festa e a maioria das comidas servidas era estranha. Você ficou até nauseado com um prato meio viscoso que todos estavam tentando fazer você experimentar. Muitas vezes, é assim que as crianças se sentem quando não estão familiarizadas com certo alimento ou textura – principalmente quando tem dois ou mais alimentos misturados. (Mais sobre esse assunto aqui).

A verdade é que isso não costuma acontecer com os adultos, pois temos diversas experiências alimentares. Quando nos alimentamos fora de casa, por exemplo, sabemos a maioria dos ingredientes do prato, podendo comer sem surpresas.

Lembre-se: A melhor maneira de ajudar as crianças a se alimentarem melhor não é pressionando-as, e sim fornecendo o maior número de experiências possíveis com a maior variedade de alimentos que conseguir.

3. O PALADAR DAS CRIANÇAS DESEJA DOCE ENQUANTO O DOS ADULTOS DESEJA O AMARGO.

Já se perguntou por que as crianças atacam os doces nas festinhas e pedem por sobremesa? Ou por que demorou tanto pra você gostar de café ou vinho?

Pesquisadores constataram que as crianças preferem os doces ricos em energia (calorias), pois estão crescendo. Além disso, quanto mais nova for a criança, maior é a sua percepção dos compostos amargos, como os presentes nos vegetais verdes.

Lembre-se: É por isso que é tão importante administrar as guloseimas efetivamente – sem liberar muito, sem restringir muito. Invés de forçar seu filho a comer vegetais amargos (só duas colheradinhas, por favor), prepara-los para que no futuro eles queiram comer mais do que 2 colheradas.

4. AS CRIANÇAS SÃO MOTIVADAS APENAS PELO GOSTO, OS ADULTOS PELO GOSTO E PELA SAÚDE

Um estudo recente mostrou que as crianças tendem a comer menos de determinado alimento quando apelamos para os benefícios que esse alimento traz para a saúde (como crescer e ficar forte) do que quando falamos do sabor.

A verdade é que as crianças querem alimentos saborosos e que satisfazem. Os adultos também querem isso, mas têm a capacidade de levar em consideração a saúde e a nutrição, ponderando as consequências da forma de se alimentar em longo prazo.

Lembre-se: Converse com seu filho sobre nutrição de uma maneira geral, de forma adequada para a idade dele, e não simplesmente para fazê-los comerem durante a refeição. Se você for falar qualquer coisa durante a refeição, foque no sabor do alimento ou compare com alguma outra comida que ele goste.

Se não souber como falar com seu filho sobre nutrição, esse texto pode ajudar.

5. CRIANÇAS PEQUENAS FOCAM EM UM OU DOIS ALIMENTOS NO JANTAR, ENQUANTO ADULTOS COMEM DE TUDO.

Vamos imaginar que uma criança de 4 anos descobre um novo alimento que ela adora. Quando tal alimento é servido, ela foca em comer apenas aquele determinado alimento, chegando a comer até demasiadamente, de tanto que gosta daquele novo sabor. A diferença das crianças, é que elas tendem a compensar isso na próxima refeição, comendo menos. Estudos realizados com bebês e crianças pré-escolares mostram que apesar da ingestão alimentar variar muito entre uma refeição e outra, ao longo do dia inteiro, a quantidade ingerida é bastante consistente.

Combine de servir o alimento preferido do seu filho algumas vezes na semana, mas não em todas as refeições, deixando que ele coma até se sentir satisfeito. Eventualmente ele vai cansar desse alimento.

Lembre-se: Durante a semana, tente variar os alimentos oferecidos, principalmente os mais nutritivos, variando cores e preparações para que a dieta deles seja balanceada. Ao longo do tempo, as crianças vão adquirir mais experiências alimentares, estando assim mais propensas a comerem um pouco de tudo.