O que as crianças estão realmente querendo dizer quando rejeitam um alimento sem ao menos experimentar?
Muitas vezes elas ainda não estão prontas para provar determinado alimento. Como se fosse um desafio grande demais. Aquela comida diferente, com uma cor esquisita, ou misturada em temperos com aromas estranhos. Afinal, que as crianças gostam do que elas já conhecem não é nenhuma novidade!
Traduzindo pra nossa realidade, de adultos, é como se colocassem um prato de insetos na nossa frente para o jantar. Eu particularmente não tenho problema com comidas diferentes ou exóticas, gosto de provar novos sabores, texturas, consistências, mas admito que nem sempre gosto dessas novas experiências, como qualquer pessoa. E sei que, se o prato de insetos estivesse na minha frente, eu pegaria o mais crocantezinho e daria uma pequena mordida só pra ver como é. Se não tem nada gosmento dentro, se a crocância machuca minha gengiva, se o sabor é agradável… Pra depois eu decidir se vou me aventurar ou não.
Tem gente que colocaria o inseto inteiro na boca e engoliria de uma vez, até fechando os olhos e travando a respiração, como se estivesse tomando remédio. Quando experimentei ostra pela primeira vez, aos 12 anos, foi exatamente assim.
O que eu estou querendo dizer é que precisamos nos familiarizar com aquilo que estamos colocando na nossa boca. E isso vale para os pequenos também. A reação deles não tem nada a ver com não gostar de determinado alimento, e sim de não se sentir preparado para degustá-lo.
Que tal da próxima vez que uma criança disser que não gosta de um alimento você perguntar: “Você não gosta ou não está pronto para experimentá-lo?”.
E se ele responder que não se sente pronto, como ajudá-lo?
Bom, aqui não tem nenhuma formula mágica, mas podemos utilizar algumas táticas, como explicar o que é o alimento, com o que ele se parece, de onde ele vem. Podemos misturar um alimento conhecido a um alimento desconhecido e mostrar isso pra criança, que ali tinha um ovo mexido e agora é um ovo mexido com espinafre. Mudou um pouco a cor, mas a essência é a mesma.
Podemos levar os pequenos pra cozinha, mostrar o alimento in natura, mostrar como corta, como prepara, como cozinha, deixar eles colocarem a mão na massa se quiserem. Podemos acalmar a curiosidade deles, dizendo se é amargo, doce, salgado, se tem sementes, se sai algum líquido ao mastigar, enfim, tudo para que, aos poucos, a criança se familiarize, ou ao menos não estranhe tanto.
Espero que esse post ajude vocês, mães. E se tiverem qualquer experiência nesse âmbito, seja ela positiva ou negativa, conta aqui pra gente, vamos nos ajudar!
Beijo grande e muito boa sorte,
Lu