Estava meio sem inspiração pra fazer o post de hoje aí comecei a pensar… Já falamos sobre comer assistindo televisão, sobre neofobia aqui e aqui, sobre resgatar o prazer de comer, a divisão de responsabilidades, sobre os pais – que são os modelos dos filhos, já falamos sobre papinha de neném e sobre BLW, sobre sobremesa e como administrar as guloseimas, falamos sobre o café da manhã, sobre maus hábitos e como não sucumbir às tentações do supermercado. Além de, claro, muitos outros assuntos…
E aí me veio… Não falei ainda sobre o tempo das refeições. Acho que a maioria de vocês sabe que não faz bem comer rápido né?! Mas como saber se nossos filhos estão comendo rápido ou devagar de mais? Às vezes nós terminamos a refeição e eles continuam lá, jogando a comida de um lado pro outro… E quando indagamos se eles já estão satisfeitos, eles dizem que não. Será que você que está se alimentando rápido de mais? Ou ele que está brincando com a comida? E quando um filho raspa o prato em 5 minutos e o outro leva uma eternidade pra terminar? O que fazer?
Ao longo desse post vou tentar te ajudar a perceber e melhorar essa relação tempo x refeição.
Primeira hipótese – a criança raspa o prato e engole tudo em menos de cinco minutos.
Provavelmente essa comida não foi bem mastigada, o que é um problema porque o processo de digestão tem início na mastigação. Enquanto estamos mastigando, movemos o alimento de um lado para o outro, envolvendo-o em saliva, e é a partir desse processo que a digestão do glicogênio e dos carboidratos começa. Se ele não for feito corretamente, a absorção dos nutrientes pode ficar prejudicada.
Outro ponto, o processo entre o começo da mastigação e o envio de sinais de saciedade para o sistema nervoso central leva cerca de 20 minutos. Ou seja, quando realizamos uma refeição muito rápido, nosso corpo não consegue perceber que já estamos satisfeitos, podendo fazer com que a gente coma mais do que o necessário, tenha vontade de repetir ou exagere na sobremesa.
Segunda hipótese – a criança demora uma eternidade para se alimentar, parece que está apenas jogando a comida de um lado para o outro.
Por outro lado, quando a criança começa a enrolar muito, se distrai e quer conversar mais do que se alimentar, a comida começa a esfriar e ficar dura. Não preciso nem dizer que isso é um desestímulo, não é mesmo?
Já ouvi relatos de mães que, após 20 ou 30 minutos de refeição, reaqueciam o prato da criança. Eu particularmente não acho uma boa estratégia, afinal, o objetivo aqui é ensinar a criança a comer no tempo certo, no qual a comida não esfrie completamente. As crianças são pequenos adultos, e eu particularmente nunca vi alguém que, no meio da refeição, leva seu prato pra aquecer. Por isso, acho que não devemos ter essa atitude com nossos filhos.
Muitas vezes, as crianças demoram a se alimentar porque não estão com fome. Aí eu indico você ler o texto sobre deixar as crianças sem comer, até que os horários de refeição e lanche entrem nos eixos. O intervalo ideal entre uma refeição e um lanche é de três horas. Mas isso é pessoal, tem gente que tem fome depois de duas horas, e gente que ainda está satisfeito após quatro horas.
O importante é você observar seu filho, se possível perguntar pra ele se está com fome ou não, fazer uma ‘escala da fome’ de 0 a 10, ou com desenhos, e se o intervalo entre uma refeição e outra está mais ou menos dentro do recomendado, comece a perceber se seu filho está exagerando nos lanches, ou comendo algo fora de hora. Sucos, refrigerantes e guloseimas atrapalham sim o apetite, para evitar que isso aconteça, meu conselho é liberar apenas água entre as refeições.
Eu considero entre 20 e 40 minutos o tempo ideal para uma refeição. Dá tempo de comer com calma, mastigar direitinho – por volta de 20 vezes – conversar com a família e de o cérebro perceber que estamos ficando satisfeitos.
Experimente aí na sua casa e conta pra gente como foi!
Beijo grande, Lu.
Amei tudo que eu precisava para explicar minha filha come em 4 mminuto, como se alimentar corretamente
Gostei Lú. Isso faz muita diferença.