SOBRE DIETAS RESTRITIVAS… 2


“You will never change your life until you change something you do daily”

Outro dia li essa frase na internet e pensei: preciso escrever um post sobre isso. Traduzindo para o português “Você não vai conseguir mudar a sua vida até que você mude algo que faz todos os dias”.

Você acha, realmente, que vale a pena se matar durante a semana, comer sem glúten, sem lactose, sem sal, sem gordura e sem gosto, acordar às 5h da manhã pra malhar, correr, e chegar sexta-feira sonhando com o pé-na-jaca do final de semana?

Aguentar-se meses passando fome, vontade, levando saladinha e maçã pros eventos sociais, recusando almoços, jantares, happy hours, fugindo de aniversários, pedaços de bolo e taças de vinho para perder 5 quilinhos?

dieta restritiva

Vira e mexe ouço das minhas amigas ‘não posso/quero/vou sair por que estou de dieta’. Calmaí gente! A dieta te impede de sair? Além de você ter que se privar de comer as coisas que gosta, ainda tem que se privar de sair de casa? Então entrar na dieta é quase que um convite à depressão?

Sabe… Confesso pra vocês que eu não acredito muito em dieta. Afinal, todas as pessoas que eu conheço que fazem dieta, vivem fazendo dieta! Elas se esforçam, ralam, fecham a boca e emagrecem. Depois de uns dias, meses, relaxam, voltam a comer normal, engordam e tudo recomeça. O famoso efeito sanfona.

dieta restritiva e efeito sanfona

O problema é que cada vez que emagrecemos por conta de uma dieta restritiva, estressamos nosso corpo e ficamos obcecados por comida. Aí na hora de voltar a comer normal, engordamos muito mais do que antes da dieta restritiva.

E o engordar fica cada vez mais rápido e fácil e o emagrecer cada vez mais difícil e demorado. Mais ou menos como aquela música do conjunto As Meninas “o de cima sobe e o de baixo desce”.

Tá, Luiza, mas e aí? O que eu faço então? Desisto e fico gorda? Me sentindo mal, triste, incapaz? (Por que sim, muitas pessoas se sentem assim quando engordam).

Claro que não né! Eu disse que não acredito em dieta, mas eu acredito em mudanças. E sabe por quê? Porque comer bem faz você se sentir bem. Estou falando por experiência própria. De uns tempos pra cá, resolvi que eu tinha que me alimentar melhor e fazer tudo o que eu falo para os meus pacientes. E só de acordar e saber que tem laranja na geladeira para eu fazer meu suquinho que tanto gosto, é mais fácil levantar da cama. Quando posso escolher entre o queijo branco, o cream cheese ou a muçarela de búfala então, me sinto no paraíso! Em um café da manhã de hotel 5 estrelas. Cheia de opções.

Sabe aquele dia que você sai do trabalho tarde e chega em casa morta? Então, você tem duas opções: pode abrir o freezer, pegar uma lasanha congelada e esperar 30 minutos até que ela fique pronta (cheia de gordura, sódio e conservantes); ou você pode pegar uma massa na despensa e completar com o-que-tiver na geladeira fazendo uma comidinha de verdade. E em 10 minutos. (Algumas ideias aqui)

O comer saudável que eu falo não é comer tapioca recheada de claras e sem sal. Se você GOSTAR e QUISER comer isso, ok. Mas o comer saudável em minha opinião é tomar uma vitamina de frutas, fazer um prato colorido, não sentir culpa em comer ou querer comer uma fatia de bolo. É fazer escolhas. E saber fazê-las.

Já é mais que comprovado que comer com culpa engorda!  Então, que tal deixar a culpa um pouquinho de lado?


Eu escrevi esse texto direcionado a nós, adultos, mas o que é muito importante é que seus filhos e filhas vão aprender a comer do jeito que você ensinar. Acredito que vale a pena se esforçar um pouco para passar um bom exemplo, para ensina-los desde pequenos a ter uma alimentação equilibrada e uma relação saudável com a comida. Sem neuras, afinal, não existem alimentos bons ou ruins, apenas alimentos do dia-a-dia e alimentos do de-vez-em-quando.

 

 

 


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