SOBRE AS INFORMAÇÕES NO MUNDO ONLINE


Não sei se é porque sou nutricionista, mas na minha opinião, o assunto ‘alimentação infantil’ sempre dá o que falar. Participo de alguns grupos de mães no facebook (segue a couve lá) e é só alguém escrever uma dúvida sobre esse tema que começa a discussão.

Uma mãe diz que a alimentação deve ser o mais natural possível, a outra que deu determinado alimento a vida inteira e que seus filhos estão vivos e saudáveis, a outra diz que o pediatra recomendou, e a outra não sabe o que fazer, pois seu pediatra diz para não oferecer e sua mãe diz para oferecer. Realmente, assim fica difícil saber em quem acreditar.

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As informações estão muito disponíveis. Cada um escreve o que quer. Não precisa ter estudado pra isso, não precisa ter diploma, não precisa entender do assunto. Qualquer pessoa pode escrever um blog sobre alimentação infantil, independente do nível de conhecimento do assunto. E não estou aqui criticando ninguém, aliás, vejo mães muito dedicadas por aí, que alimentam seus filhos de forma balanceada, colorida e atraente, inspirando muitas nutricionistas. Gostaria apenas de abrir um pouco os olhos de vocês: nem tudo que está no Google é verídico. E nem toda experiência positiva em uma família é positiva para outras famílias.

Estou aqui refletindo…

Por exemplo, o leite de vaca. Eu sei e provavelmente você também sabe, que não é recomendado para bebês. Já ouvi muitas mães e avós dizendo que tomaram/ofereceram o leite de vaca a vida inteira para seus pequenos de 3 ou 4 meses, e que hoje estão vivos e saudáveis. Ou mesmo o caso do petit-suisse (famoso danoninho), que o próprio fabricante indica a partir de 4 anos, e é consumido bem antes disso por uma grande parcela da população.

O ponto é que esses ‘erros alimentares’ não costumam ter efeito-colateral imediato, e sim a longo prazo. Nem sempre seu filho vai ter uma dor de barriga porque comeu açúcar em excesso, mas o organismo dele pode estar criando aos poucos uma resistência à insulina que, se não for descoberta e controlada, provavelmente resultará no desenvolvimento da diabetes. E é aí que mora o problema. Cada vez mais os jovens estão desenvolvendo doenças que antes eram exclusivas dos adultos, como a obesidade, hipertensão, diabetes, dislipidemia e até a osteoporose.

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A pergunta que fica aqui é, será que queremos alimentar nossos filhos com base no “eu dei e meu filho não morreu”? Será que a morte é o único perigo? Passar uma vida controlando glicemia, pressão arterial, colesterol, peso, alimentação e ainda tomando vários remédios não é ruim o suficiente?

Atenção com o que você lê na internet, cuidado com em quem você acredita. Procure fontes confiáveis, livros, artigos acadêmicos, sempre olhe o rótulo dos produtos, preste atenção em seus ingredientes, veja a recomendação de porção e de idade. E claro, sempre que estiver em dúvida, converse com seu pediatra ou com uma nutricionista especialista, esses profissionais estão capacitados para te ajudar!

Beijo grande, Lu

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